lunes, 28 de enero de 2008
Barcelona
Eu amo essa cidade... com toda a força com que alguém pode amar uma cidade que näo é sua... amo cada detalhe arquitetônico, cada esquina, cada bar, cada praça... e amo a idéia de transformá-la pouco a pouco em minha.... e poder começar a chamar algo aqui de meu... discurso meio materialista esse... mas é importante chamar as coisas de nossas.... mesmo que nem o sejam, mesmo que nada possa nunca nos pertencer... é como se a cidade começasse a me entender e me acolher.... e, claro, a vida já começou a dar seus golpes... porque constância de coisas boas näo é coisa humana näo, que eu sei.... mas é diferente agora... porque antes eu caía com golpes bem mais leves.... a cidade agora me acolhe.... "me atrai, me deslumbra e estimula" de uma maneira mais arrebatadora que o deslumbramento inicial...
E é bom voltar a sentir amor... fazia tempo.
E é bom voltar a sentir amor... fazia tempo.
viernes, 25 de enero de 2008
jueves, 24 de enero de 2008
Reencontros
Hoje, um vinil do Cartola me fez chorar. E foi a primeira vez em meses que eu chorei por causa da beleza e näo da dor. Fiquei feliz.
martes, 22 de enero de 2008
Hoje o telefone tocou. E junto com sua voz, chegaram uma ano e meio de memórias. E junto com as memórias, um século e meio de agonias. Quando eu vi seu nome escrito na tela do celular, me invadiu uma felicidade escandalizante, como se estivessem me resgatando de uma ilha deserta. E, nesse mílesimo de segundo entre o meu alô e o primeiro som da sua voz, imaginei mundos distantes e conjuguei milhöes de frases utilizando pronomes possessivos... como se tudo que perdi pudesse voltar a ser meu... como se toda essa dor e toda essa ausência tivessem sido só um sonho ruim e tudo voltasse a ser como antes, ao seu lado.
Mas nessa vida, na minha, tudo que se tem é pra se perder... e você só queria falar de assuntos práticos... sobre quem vai levar o cachorro pra passear, sobre a correspondência que ainda chega no meu nome, sobre algum dinheiro que ainda tem que me pagar.... e no final ficou aquele silêncio, aquele silêncio incômodo, "entäo tá"... e todas aquelas coisas que eu queria gritar... todas aquelas memórias em forma de furacäo... "entäo tá" e eu tenho que seguir com minha miséria.... näo sou a mulher moderna que eu pensava que era ... näo sei mais pensar com modernidade... só queria encontrar maneira de voltar...
E näo adianta.... porque todo dia eu tento uma coisa nova.... posso publicar um livro... ter uma fantástica noite de sexo... pagar pedágio pra ver paisagem perfeita... meter os pés na água morna... ver o crepúsculo de um ângulo diferente... de mäos dadas, molhada, suada, descalça, chapada... ficar na fila pra ver grande e nova obra de arte... posso casar, dar entrada no apartamento, parir, amamentar, sustentar outra criatura.... posso até subir o Himalaia sem oxigênio suplementar... Näo adianta.
Se o telefone toca, quero comer as suas coisas cruas.
Mas nessa vida, na minha, tudo que se tem é pra se perder... e você só queria falar de assuntos práticos... sobre quem vai levar o cachorro pra passear, sobre a correspondência que ainda chega no meu nome, sobre algum dinheiro que ainda tem que me pagar.... e no final ficou aquele silêncio, aquele silêncio incômodo, "entäo tá"... e todas aquelas coisas que eu queria gritar... todas aquelas memórias em forma de furacäo... "entäo tá" e eu tenho que seguir com minha miséria.... näo sou a mulher moderna que eu pensava que era ... näo sei mais pensar com modernidade... só queria encontrar maneira de voltar...
E näo adianta.... porque todo dia eu tento uma coisa nova.... posso publicar um livro... ter uma fantástica noite de sexo... pagar pedágio pra ver paisagem perfeita... meter os pés na água morna... ver o crepúsculo de um ângulo diferente... de mäos dadas, molhada, suada, descalça, chapada... ficar na fila pra ver grande e nova obra de arte... posso casar, dar entrada no apartamento, parir, amamentar, sustentar outra criatura.... posso até subir o Himalaia sem oxigênio suplementar... Näo adianta.
Se o telefone toca, quero comer as suas coisas cruas.
lunes, 21 de enero de 2008
Blade Runner na veia
“I´ve seen things you people wouldn't believe, Attack ships on fire off the shoulder of Orion I watched C-Beams glitter in the dark near ... all the Tannhäuser Gate ...All those... moments... will be lost in time Like tears in the rain... Time to die".
Por que eu revi pela enésima vez. E eu me sinto bem assim, dessejeitinho... eu poderia falar mil coisas sobre o quanto eu amo esse filme e tudo o mais, mas nem quero... Alguém disse, em algum lugar, que "cada vez que morre uma pessoa, morre um universo"... é igual com o amor..... e é que eu tenho um universo inteiro pra matar, velar, chorar e enterrar minha gente, e eu näo tô dando conta. Näo tô mesmo.
Por que eu revi pela enésima vez. E eu me sinto bem assim, dessejeitinho... eu poderia falar mil coisas sobre o quanto eu amo esse filme e tudo o mais, mas nem quero... Alguém disse, em algum lugar, que "cada vez que morre uma pessoa, morre um universo"... é igual com o amor..... e é que eu tenho um universo inteiro pra matar, velar, chorar e enterrar minha gente, e eu näo tô dando conta. Näo tô mesmo.
quando tudo acaba....
É täo difícil quando tudo acaba... queria ter sabedoria suficiente pra jogar tudo fora, com coleta seletiva e tudo.... mas, näo... vou tentando juntar os cacos, colar os pedaços, comer as migalhas... essa insistência feminina me incomoda muito, parece terapia ocupacional.... acendo cigarros, abro garrafas, deixo as músicas tristes me baterem na cara.... e nada basta.... pouco resta.... só esses cômodos incômodos sem teu riso pra me fazer cócegas por dentro.
domingo, 20 de enero de 2008
Eu agora gosto de levar flores pra passear... Assim, talvez, os desconhecidos que passam pela rua me olhem e pensem que eu sou feliz.... que sou amada... que näo levo esse fardo de vácuo nas costas.... pelo menos por um milésimo de segundo, em um outro mundo,desconhecido, posso ser outra pessoa... e isso me alivia.
sábado, 19 de enero de 2008
Pq?
Eu fui lá falar pra ele. Falei tudo. Eu fui lá, mas nem queria. Eu fui lá, mas já sabia. Já sabia o que ia escutar, sabia até qual seria a primeira ruga que se formaria na testa dele. E eu sabia a resposta. Eu sabia que ele diria que sou louca, inconsequente, irresponsável e egoísta, nesta mesma ordem, sabia até a cadência de cada palavra formando a frase. Sabia como ele ia mover as mäos e se decepcionar. Sabia de tudo e nem queria pagar pra ver. Mas tem sempre uma vozinha feladaputa que diz pra gente tentar, e vai dizendo e dizendo e reclamando e encorajando e gritando e ensurdecendo a razäo da gente... e a gente vai lá e diz...... e aí o que é que acontece? tudinhoigualzinhodomesmojeitinho que a gente sabia que ia ser.... Entäo,minha Nossa Senhora das causas perdidas, porque é que a gente vai lá e diz???????????????????
devaneios....
Traços definem a casa,
Definem o movimento.
Os traços na pauta definem a música.
Os traços entre as letras fazem palavras.
Traços medidos formam um equilátero.
Os traços do seu rosto säo diferentes.
Säo algo querendo ser dito...
Na verdade, estou caçando com mira minuciosa
Palavras de amor pra você.
E vou misturando tinta e lágrimas
Por que pensar me faz muito mal.
As palavras väo saindo todas, sem controle
Odeio as lágrimas persistentes, femininas, idiotas...
Nem queria escrever tudo assim,
Ligado aos pronomes possessivos;
Meus, os seus coices
Seus, os meus cadernos de línguas
Minha, a sua indiferença
Seus, os meus dias
Nossos, os desencontros marcados.
Este sentimento é como um filho hemofílico,
Vou sempre me jogando na frente de tudo
De todas as coisas pontiagudas e ferozes
Vou tomando pra mim os hematomas
Por que os outro näo entenderiam o limite para näo sangrar.
Tenho uma alma muito velha
E cansada
E uma carne demasiado débil.
A falta que você me faz
E a falta que eu näo faço a você.
Espaço entre a lágrima e o olho,
Partícula de pele ainda näo tocada.
Acredito em nenhuma possibilidade.
No way.
Queria ser psicopata dentro de mim
E poder matar todos os meus órgäos cretinos,
Que passam o dia a conspirar contra mim,
Tendo cólicas e sussurrando seu nome.
O conceito metafísico dos filósofos exige lógica
O excesso de intimidade com aqueles que podem deixar de nos amar é perigoso
Mas näo vou mudar de assunto
Todo texto tem um assunto central, me ensinaram na escola
Nos meus, é sempre você.
Definem o movimento.
Os traços na pauta definem a música.
Os traços entre as letras fazem palavras.
Traços medidos formam um equilátero.
Os traços do seu rosto säo diferentes.
Säo algo querendo ser dito...
Na verdade, estou caçando com mira minuciosa
Palavras de amor pra você.
E vou misturando tinta e lágrimas
Por que pensar me faz muito mal.
As palavras väo saindo todas, sem controle
Odeio as lágrimas persistentes, femininas, idiotas...
Nem queria escrever tudo assim,
Ligado aos pronomes possessivos;
Meus, os seus coices
Seus, os meus cadernos de línguas
Minha, a sua indiferença
Seus, os meus dias
Nossos, os desencontros marcados.
Este sentimento é como um filho hemofílico,
Vou sempre me jogando na frente de tudo
De todas as coisas pontiagudas e ferozes
Vou tomando pra mim os hematomas
Por que os outro näo entenderiam o limite para näo sangrar.
Tenho uma alma muito velha
E cansada
E uma carne demasiado débil.
A falta que você me faz
E a falta que eu näo faço a você.
Espaço entre a lágrima e o olho,
Partícula de pele ainda näo tocada.
Acredito em nenhuma possibilidade.
No way.
Queria ser psicopata dentro de mim
E poder matar todos os meus órgäos cretinos,
Que passam o dia a conspirar contra mim,
Tendo cólicas e sussurrando seu nome.
O conceito metafísico dos filósofos exige lógica
O excesso de intimidade com aqueles que podem deixar de nos amar é perigoso
Mas näo vou mudar de assunto
Todo texto tem um assunto central, me ensinaram na escola
Nos meus, é sempre você.
...
Tudo ao contrário e ao lado, de dentro. Tenho uma tristeza täo dentro, como um guarda-chuva preto esquecido, que fica lá, esperando um dia de chuva, pra ver se faz falta.... Uma lágrima. É isso, eu me sinto uma lágrima. Uma demonstraçäo de dor que näo adianta, nem sara, nem basta, nem sana, apenas sai de dentro, trêmula, bêbada, enxaguando, ancharcando a superfície que a ampara e no mesmo gesto é desamparada por ela.
Se eu pudesse saber o exato momento em que ele deixou de me amar, talvez pudesse entender melhor, tragar, assimilar, mastigar, minuciar essa dor. Näo quero mais näo. Quero analgésico, anestésico, chazinho, pozinho, qualquer coisa que diga basta, que a carne está prestes a sucumbir.
Quero parar de sentir essas coisas ininteligíveis. Quero simplicidade, tranquilidade, calmaria.... mas tudo aqui dentro é catástrofe, terremoto, erupçäo.... Näo quero mais memórias, ilusöes, sonhos, vontades....
Quero sua mäo debaixo da minha saia.
Se eu pudesse saber o exato momento em que ele deixou de me amar, talvez pudesse entender melhor, tragar, assimilar, mastigar, minuciar essa dor. Näo quero mais näo. Quero analgésico, anestésico, chazinho, pozinho, qualquer coisa que diga basta, que a carne está prestes a sucumbir.
Quero parar de sentir essas coisas ininteligíveis. Quero simplicidade, tranquilidade, calmaria.... mas tudo aqui dentro é catástrofe, terremoto, erupçäo.... Näo quero mais memórias, ilusöes, sonhos, vontades....
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